Página 1 (Portifólio do Colégio Estadual Professor Jamil Sáfady

'Por que Ressignificar o Ensino Médio

     Os sistemas educacionais têm procurado conhecer as fuventudes de nosso Pais, particularmente aquelas a que se destina a escola pública. Tem-se buscado estreitar a interlocução sistemática entre o Poder Público, a sociedade, as instituições escolares e as juventudes, com o objetivo de que os atores (institucionais, tribais e individuais) se percebam incluídos no mundo da escola e comprometidos com o processo de escolarização, tendo como eixos norteadores a pertinência, a relevância e a qualidade social. 
     As transformações ocorridas na sociedade e no mundo do trabalho, entretanto, têm trazido ao universo da política pedagógica novos desafios e demandas de formação humana. Isto se reflete diratamente na vida das pessoas e das instituições. Na escola, essa evidência se reflete diretamente, constituindo-se em desafio generalizado. Isto se tornou uma questão fundamental para o enfrentamento da situação educacional para o Brasil no início deste século. Tal fenômeo aponta para algumas das questões que precisam ser consideradas, e sobre as quais tem havido consenso nos eventos em que se tem discutido as políticas de educação contemporaneamente.
     Neste documento, procura-se, então, demonstrar, a seguir, que há de se empreender esforço conjunto por parte de todas as instâncias e atores que participam da construção do processo educativo escolar de nível médio, uma vez que não basta a dotação de recursos financeiros e físicos, para que se consiga reverter o retrato do Ensino Médio tal como tem insistido em persistir. É preciso ultrapassar as medidas adotadas até então. É preciso ressignificar o ato de ensinar e aprender, o ato de gerir a instituição e o conhecimento, as regras de convivência entre oa sujeitos, em outras palavras, ressignificar o ambiente da escola: espaço de aprendizagem cognitiva, social, emocional, afetiva. Para que o Ensino Médio alcance as suas finalidades e os seus objetivos, respondendo às exigências da sociedade em transformação, além de reformulaçoes estruturais, são necessárias revisões conceituais: uma outra maneira de pensar e produzir conhecimento, o que "implicará a utilização de referências, conteúdos, valores simbólicos, expressão de culturas influenciadas por vivências do passado e pelas expectaitvas do futuro" (Neves e Luck, 1997-2004, p.56). É fundamental entender que não há um modelo de jovem e um único modo de viver a juventude, pois há juventudes e sujeitos singulares.
     Há algum tempo, uma sicussão entre estudantes demostraria que três seriam os caminhos e os significados do Ensino Médio no Brasil: preparação para o trablho, preparação para o ingresso no ensino superior e, a partir do processo de redemocratização iniciado no final da década de 70 do Brasil, os atores sociais passaram a represntar a necessidade de que o Ensino Médio tivesse também a perspectiva de preparação para a cidadania. Na atualidade, aproposta do ensino médio necessita ser ampliada. Deve contemplar o preparo para o mundo do trabalho, para a cidadania e para o prosseguimento dos estudos. Além disso, as prática esportivas, a arte, a cultura e a ciência devem estar implícitas nesse processo de formação.
     Isso pressupõe a construção de uma pluralidade identitária para o Ensino médio o que não é apenas um problema  pedagógico. É muito mais  uma questão de politicas pública s e , especificamente, de politica educacional a ser assumida pelos organismos competentes  como um todo. As mudanças ocorrida s no mundo do trabalho apontam para novas relações entre ciências e trabalho, nas quais as formas de fazer - com base em processos tecnicos simplificados , restritos geralmente a uma área do conhecimento , transparentes , facilmente dentificáveis e estáveis - foram substituídas por ações que articulam conhecimento cientifico, capacidades cognitivas  superiores e capacidade de intervenção  critica e criativa perante situações imprevistas . Essas ações exigem soluções rápídas, originais e teoricamente fundamentadas, para responder  ao caratér dinâmico, complexo, interdisciplinar e opaco que caracteriza  a tecnologia na contemporaneidade.
     Nesse contexto, a questão dp significado  ou mesmo da função  do Ensino Médio  deve  extrapolar a discussão simplista e separatista entre o saber para o vestibular e o saber para o mundo do trabalho. Da mesma maneira, é interessante notar que um novo tipo de público hoje ocupa as vagas  dessa fase de ensino no país. Esse público tem uma especificidade  qie deve ser cpntemplada: não mais busca apenas a informação, e sim, formação cultural, cientifica, esportiva, artística, cidadã e também para o trabalho.
     por outro lado, em seu artigo "Cotidiano, lazer e interação social nas juventudes goianienses", Moema G. de Faria revela  que 78,7% dos jovens informantes conhecem os amigos com que formam ciclos de interação é na escola. As atividades de lazer, segundo declaram ocorrem por duas razões básicas: nível social equivalente, 35,7% e idéias semelhantes, 22,83%  (2008,p.188).Ademais, ps jovens buscam ampliar as redes e, de certa maneira, a escola de  ensino médio qie tem,os mão póssibilita essa ampliação.
     A realidade exige novas formas de relação entre o homem e   o conhecimento, que já não se esgotam no trabalho ou no desenvolvimento da memorizaçáo de  conteúdos ou formas de fazer. Numa sociedade de rede, faz-se necessário superar a formação para condutas e códicos éticos rigidamente definidos pela tradição  taylorismo /fordista, comprendida não só como forma de organização do trabalho, mas da produção e da vida social, na qualidade de paradigma cultural dominante nas sociedades industriais  modernas .
     Portanto, as novas formas de mediação passam pela escolarização, inicial e continuada, com a construção de um novo projeto político-educativo que articule as finalidades da educação para a cidadania, para o trabalho, para a cultura, para a ciência e para a vida, ou seja, que considere o sentido de integração das áreas: formação para a cidadania, a preparação para a continuidade dos estudos, e a formação para o mundo do trabalho. Em outras palavras, o principio unitário que norteia a organização curricular do Ensino Médio centra-se na interação entre arte, cultura, trabalho, ciência e tecnologia, atravessados por atividades que buscam o desenvolvimento da consciência ecológica, ética e tecnologia, atravessados por atividades que buscam o desenvolvimento da conciência ecológica, ética e cidadã.
     Recentimente, a ênfase recai certamente no caminho que defende um Ensino Médio que se preocupa com a formação para a vida e para a cidadania. A defesa do principio de formação para a cidadania ganhou destaque em razão de ter potencial de gerar uka perspectiva de  poder para os jovens  no seu desejo  de se tornarem sujeitos da sua própria vida e protagonistas da sociedade em que vivem. Assim, começa a povoar o imaginário da juventude brasileira dos anos 90 a  idéia de que os estudantes deveriam desenvolver  a capacidade de cnstruir opiniões críticas, sair da passividade e assumir posturas mais ativas na escola e na vida, o conhecimento e a luta pelos direitos, os valors da tolerância, da amizade e da diversidade.
     Dessa maneira, a base teórica do Ensino Médioo, destinado a estudantes que vivem no  campo ou na cidade, deve contemplar a ideia de formação humana, mais próxima possível da  formação integral  que, de fato, tome por principio a construção da autonomia intelectual e ética,  por meio do acesso ao conhecimento cientifico, tecnológico e sócio-histórico e às metodologias  que permitam o desenvolvimento das capacidades necessárias à  aquisição e à produção do conhecimento, de convivio com as sensibilidades e  culturas e associadas a uma prática cidadã e  democratica , e também, a aquisição de uma forma continuada de relação com o conhecimento.
     Também é preciso lembrar que, apesar de se viver hije uma intensificação do processo migratório, consequentemente, particularmente, do êxodo rural e do processo de industrialização implantada na Região Centro-Ieste, recentemente, há ainda, a presença de população escolarizável de nível médio , locallizada no campo. A modalidade educativa destinada a essa população parte do pressuposto de que a formação humana vincula-se à perspectiva da Educação  do Campo que é  exatamente a de educar as pessoas que vivem no campo, para   que se encontrem, se organizem e assumam a condição de sujeitos da direção de seu destino no meio em que vivem.
     Objetiva-se com tal princípio teórico  o desenvolvimento  da capacidade para lidar com a incerteza, com a diversidade e com a aletridade. Pressupõe-se a substituição  da rigidez da relação com o cohhecimento pela flexibilidade e rapidez. Objetiva-se atender a demandas dinâmicas'que se diversificam em qualidade e quantidade, e não apenas ao sentido de que o jovem estudante deve ajustar-se . Deverá o jovem educando participar como sujeito na construção  de uma sociedade em que o resultado da produção material e cultural esteja disponível par todos, assegurando qualidade de vida e preservando a natureza.
     Essas transformações, objetivamente gestadas no mundo do trabalho, refletem-se filosoficamente em novos principíos pedagógicos e exigem políticas educacionais efetivas na direção de adequar o Ensino Médio ao ritmo e às necessidades do contexto da sociedade contemporânea. Para responder a esse desafio, O Colégio Estadual Professor Jamil Sáfady aceitou este, por acreditar em novas  perpectivas de ensino aprendizagem.  
    


















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